Em véspera de julgamento que pode levar à cassação, Fernando Braide volta a negar fraude em cota
O deputado estadual, Fernando Braide, voltou a denunciar suspeição no caso do julgamento que pode resultar no pedido de cassação do mandato dele, na Assembleia Legislativa do Maranhão. O irmão do atual prefeito de São Luís, que está no primeiro mandato e foi o candidato a deputado federal mais votado na capital, teve o nome incluído na pauta de julgamentos do Tribunal Regional Eleitoral após abertura de processo judicial em que se discute fraude à cota de gênero.
“Eu, Fernando Braide, não cometi nenhuma fraude, nenhum crime. Entraram com uma ação contra o partido pelo qual fui eleito (PSC), sob a suspeita de fraude de duas candidatas que tiveram votação baixa e não receberam dinheiro do fundo eleitoral. Teve um conluio de acusadores que se uniram contra três partidos rivais do Governo do Estado. Há provas de que não houve fraude e mesmo assim estamos sendo penalizados”
Ao programa Diário Mais desta segunda-feira (8), na Rádio Mais FM, Fernando Braide disse que vai usar todas as possibilidades de defesa para manter o mandato.
“Onde eu puder recorrer eu vou, inclusive sobre essa questão da juíza, porque eu entendo que ela não pode fazer parte do julgamento”, destacou.
Nos últimos dias, o deputado informou que o representante do Ministério Público foi categórico ao explicar que não é a defesa que precisa provar inocência, mas a acusação que deve provar que houve fraude. Ele também disse que espera que a Justiça tenha mais atenção nas próximas fases do processo.
Em resposta às declarações de Fernando Braide, o desembargador presidente do TRE-MA, José Luiz Oliveira de Almeida, classificou a manifestação do deputado como uma tentativa de intimidação e uma alegação infundada que visa, única e exclusivamente, colocar sob suspeição a conduta de qualquer magistrado, tanto técnica, quanto moral.
“Há uma injustiça declarada, com prova robusta, onde uma julgadora do meu caso, que inclusive já votou contra mim, tem laços com uma parte dos acusadores. Ela tem um filho que foi estagiário por vários anos no escritório do filho do acusador, ela tem um marido que quem defende o marido na justiça é o escritório do marido do acusador, esse mesmo escritório tem um sócio que é doador de campanha do político e que a esposa tem um cargo de alto grau de confiança da juíza. Então, eu não posso aceitar isso”, disse Fernando Braide, durante a entrevista.
Em nota de repúdio, o presidente do TRE-MA, reafirmou total confiança no trabalho de toda a Corte Eleitoral Maranhense. O julgamento será retomado nesta terça-feira.
