Sub-registro de nascimento do Maranhão cai ao menor índice da história

Sub-registro de nascimento do Maranhão cai ao menor índice da história

O índice de sub-registro civil de nascimento no Estado do Maranhão recuou para o menor valor da série histórica, chegando a 2,91%, com uma queda de 0,4% em relação à medição divulgada em 2024, que era de 3,3%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (16/5), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e refletem o cenário no ano de 2023.

Para medir o sub-registro, o IBGE considerou a quantidade de crianças nascidas em 2023 e não registradas até o último dia do mês de março de 2024. Isso porque o prazo limite, estabelecido pela Lei nº 6.015/1973, para que a criança seja registrada é de 90 dias. Ao ultrapassar esse prazo, o registro passa a ser considerado como tardio.

Ao comentar o resultado do relatório, o corregedor-geral do foro extrajudicial, desembargador José Jorge Figueiredo dos Anjos, destacou que a queda é resultado de um trabalho árduo, que no Maranhão é coordenado pela Corregedoria Extrajudicial, mas que é feito a muitas mãos. Atualmente, as ações de combate ao sub-registro têm o engajamento direto da Defensoria Pública do Estado, Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Associação de Registradores de Pessoas Naturais, além do apoio de outros parceiros.

“Recebemos o resultado de forma muito positiva, o que nos motiva a seguir implementando iniciativas que contribuam para assegurar cidadania para nossa população, a exemplo das unidades interligadas de registro civil e dos projetos da COGEX, como o Registro Cidadão e Município SubZero, além do projeto Cegonhas, que é do Tribunal de Justiça e tem o apoio da COGEX em razão da sua importância social. Seguiremos atuando de forma intensa nessa pauta, que conta com o empenho das instituições e entidades parceiras nessa empreitada pela cidadania”, avaliou o corregedor.

NÚMEROS REGISTROS E IMPORTÂNCIA DAS UNIDADES INTERLIGADAS

Em 2023, os hospitais maranhenses contabilizaram 99.306 nascimentos, uma queda de 0,6% em relação ao ano anterior, o que representa menos 557 pessoas nascidas. Um dado importante, que subsidia uma importante ação de combate ao sub-registro está o fato de que, no Maranhão, em 2023, do total de nascimentos, 96,7% das crianças nasceram em hospitais ou unidades de saúde.

Esse percentual reforça a importância da implementação de iniciativas como a unidade interligada de registro civil, estrutura montada dentro da maternidade e que funciona vinculada a um cartório. A unidade garante que a criança seja registrada logo após o nascimento e receba a certidão antes da alta hospitalar, o que garante não apenas o direito de existir, mas o acesso a uma série de direitos e a uma rede com inúmeros serviços de proteção da primeira infância.

Atualmente, o Maranhão conta com 126 unidades interligadas instaladas, sendo o segundo estado da federação em números absolutos, ficando atrás apenas de São Paulo, que possui 336 unidades. No entanto, o Estado é o primeiro quando se trata da proporção de unidades em relação ao número de municípios, uma vez que o serviço está presente em mais da metade dos 217 municípios.

IMPACTOS DA FALTA DE DOCUMENTAÇÃO

A pessoa sem documentos enfrenta uma série de dificuldades no dia a dia para o exercício da sua cidadania, sendo impossibilitada de acessar serviços de saúde, de educação e de assistência social, por exemplo. Sem o registro civil de nascimento, a pessoa, inclusive, torna-se invisível para o Estado, pelo fato de não constar em qualquer cadastro público.

Nesse sentido, o registro em cartório constitui o ato mais importante da vida civil de uma pessoa, assegurando a obtenção da certidão de nascimento e o acesso a outros documentos, como CPF, carteira de identidade e carteira do SUS. Esses documentos são essenciais para obtenção de outros e, também, para acessar serviços básicos e políticas públicas voltadas para a promoção do bem-estar e qualidade de vida da população.

Por outro lado, a ausência do registro de nascimento é considerada um grande obstáculo para o exercício da cidadania de forma plena e acesso a direitos fundamentais, sejam eles civis, políticos ou sociais.

Avatar photo

Andrezza Cerveira

Editora responsável. Profissional da comunicação com 20 anos de atuação no mercado maranhense. Atualmente apresenta o programa Diário Mais, na Rádio Mais FM 99.9, de segunda a sexta-feira, de 06h às 08h. Também possui no currículo experiências na extinta Rádio NOVA FM 93.1, TV Difusora, Portal Difusora On, Coordenadoria Municipal da Mulher de São Luís, Secretaria de Comunicação da Prefeitura de São Luís, além de campanhas políticas e assessoria de imprensa para organizações privadas. Ao longo da carreira, exerceu praticamente todas as funções do jornalismo: reportagem, produção, produção executiva, chefia de edição, chefia de reportagem, apresentação e coordenação de jornalismo.
0 0 votos
Article Rating
Inscrever-se
Notificar de
0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
0
Adoraria saber sua opinião, comente.x