Polícia deflagra operação de combate ao “Golpe do novo número”
A Polícia Civil do Maranhão, por meio do Departamento de Combate aos Crimes Tecnológicos (DCCT), vinculado à Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), deflagrou uma operação na última quarta-feira (15) para dar cumprimento a dois mandados de busca e apreensão contra suspeitos de cometer o chamado “Golpe do novo número”. Os mandados foram cumpridos com o apoio da Polícia Civil de Mato Grosso, já que os alvos residem em Cuiabá.
Os mandados de busca levaram à apreensão de vários dispositivos eletrônicos, entre celulares e computadores, além de documentos que serão analisados e que servirão de base para a continuidade das investigações. Com o cumprimento dessa primeira fase operacional, a Polícia Civil espera coletar mais elementos para elucidar os fatos e chegar a todos os envolvidos na prática criminosa.
De acordo com o chefe do DCCT, delegado Diego Campelo, os suspeitos teriam aplicado vários golpes financeiros por meio de uma prática já corriqueira, mas que ainda faz muitas vítimas e não só no Maranhão. Ele explicou como é a forma de atuação: “Criminosos habilitam um número com mesmo DDD da pessoa que querem tentar se passar, buscam imagens dessa pessoa em redes sociais e criam um perfil novo no aplicativo de mensageria WhatsApp. A partir daí, passam a enviar a seguinte mensagem aos contatos da vítima que tem a imagem utilizada: ‘Oi, mudei de número. Salva meu novo número aí'”.
“Em seguida, os criminosos, usando a imagem da pessoa que estão tentando imitar, informam que tem um problema para realizar um pagamento e solicitam uma transferência via PIX. Vítimas, acreditando se tratar da pessoa conhecida, acabam transferindo o valor para conta informada pelos criminosos. Geralmente, logo em seguida, se dão conta de que caíram em um golpe”, acrescenta o delegado Guilherme Campelo.
A investigação em questão apura os crimes de estelionato eletrônico, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Se coletadas provas suficientes para pedido de prisão e caso os suspeitos sejam responsabilizados pela Justiça, poderão pegar até 21 anos de prisão, somadas as penas previstas de todos os crimes.
Como evitar o golpe?
1 – A pessoa que não deseja ter sua imagem atual de perfil usada deve restringir a visualização da foto apenas para os contatos;
2 – Em regra, sempre desconfiar de contatos estranhos/novos;
3 – Sempre que disser respeito à realização de algum pagamento, confirmar os dados e verificar se realmente se trata da pessoa que está solicitando, podendo fazer uso inclusive de uma videochamada.
O que fazer se for vítima do crime?
1 – No caso do uso indevido da imagem, deve enviar um e-mail ao suporte da plataforma pedindo a desativação da conta impostora;
2 – No caso da vítima que sofre o prejuízo financeiro, deve procurar o seu banco, através do qual realizou a transação e contestar o PIX, solicitando o bloqueio do valor na conta do criminoso (MED/BACEN);
3 – Em ambos os casos, fazer o registro de Ocorrência Policial, que pode ser realizada online, descrevendo o fato e adicionando todos os dados relevantes utilizados pelos criminosos.