Síndrome associada ao vírus Zika atingiu mais de 500 pessoas no Maranhão
O Ministério da Saúde divulgou o novo boletim que mostra a situação epidemiológica da síndrome congênita associada à infecção pelo vírus Zika, no Brasil, entre 2015 e 2022. Os dados revelam que 568 casos foram notificados no Maranhão. Embora pareça alto, o número é o terceiro menor da região Nordeste. Pernambuco e Bahia tiveram a maior quantidade de registros, sendo 3.260 e 3.064, respectivamente. Os dois estados ficaram, inclusive, no topo do ranking de locais em alerta, no país.
O vírus Zika (ZIKV) é um arbovírus da família Flaviviridae que pode ser transmitido ao ser humano por meio da picada da fêmea de mosquitos do gênero Aedes, especialmente da espécie Aedes aegypti. Ressalta-se também os modos de transmissão vertical, sexual e por transfusão sanguínea.
Febre, erupções avermelhadas e dores articulares são sinais e sintomas bastante comuns, mas evidências apontam que aproximadamente 80% dos indivíduos infectados sejam assintomáticos. Quando essa infecção ocorre durante o período gestacional, é preconizado que a investigação dos casos suspeitos ocorra preferencialmente por critérios laboratoriais específicos.
No segundo semestre do ano de 2015, observou-se no Brasil um aumento expressivo no número de recém-nascidos diagnosticados com microcefalia em locais onde ocorria a circulação do do vírus Zika. Na época, o Brasil declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional. Posteriormente, em fevereiro de 2016, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional. Essa nova doença congênita, resultante da infecção pelo vírus Zika no período gestacional, passou a ser denominada de Síndrome Congênita associada à infecção pelo vírus Zika. Ela é caracterizada por um conjunto de anomalias congênitas, estruturais e funcionais, com repercussões no crescimento e no desenvolvimento dos embriões ou dos fetos expostos ao vírus durante a gestação.